Foto: Haiyan em Tacloban, |
A passagem do tufão Haiyan pelas Filipinas, iniciada na tarde de sexta-feira 8, pode ter matado 10 mil pessoas, segundo estimativas de funcionários do governo local. No sábado 9, a Cruz Vermelha das Filipinas confirmou a morte de pelo menos 1,2 mil pessoas e projetou que o número deveria crescer.
Os ventos do tufão, que chegaram a 315 quilômetros por hora, causaram destruição em províncias da região central das Filipinas, onde as estradas estão bloqueadas devido a enchentes, árvores foram arrancadas do solo e redes de transmissão energia derrubadas. De acordo com o jornal britânico The Guardian, Elmer Soria, superintendente da província de Leyte, entre 70% e 80% das construções que estavam na trajetória do tufão foram destruídas. Assim, afirmou Soria, a estimativa do governo de Leyte era de 10 mil mortos. Tecsom Lim, administrador de Tacloban, capital da província de Leyte, estimou que apenas na cidade o número de mortos poderia chegar a 10 mil. Por enquanto, um número entre 300 e 400 corpos foi recuperado.
Jornalistas da AFP em Tacloban viram sobreviventes perambulando entre os escombros, pedindo água, enquanto outros recolhiam o que restava de suas casas. "Com a minha família evacuamos nossa casa. Pensei que nossos vizinhos haviam feito o mesmo, mas não foi assim", contou aos prantos Dominador Gullena, um dos 220 mil habitantes desta cidade que estava no caminho do tufão. Zonas inteiras de Tacloban foram arrasadas, comprovou um fotógrafo da AFP.
O ministro da Energia filipino, Jericho Petilla, proveniente da região e enviado especial do presidente Benigno Aquino, sobrevoou de helicóptero no sábado os locais mais atingidos pelo tufão. "Palo, Ormoc, Burauen, Carigara. Em todos os lados se vê o mesmo. Casas sem telhado e árvores arrancadas", declarou Jericho Petilla em declarações à televisão. "O maior número de vítimas encontra-se certamente em Palo", 10 quilômetros ao sul de Tacloban, acrescentou.
"Ocorreram grandes destruições (...) A última vez que vi algo parecido foi durante o tsunami no Oceano Índico" que deixou 220 mil mortos em 2004, afirmou Sebastian Rhodes Stampa, chefe da equipe da ONU encarregada da gestão de desastres. O governo enviou 15 mil soldados às zonas atingidas, assim como aviões carregados de material de socorro e de comunicação, indicou àAFP um porta-voz do Exército.
No sábado, o supertufão de categoria 5 perdeu força, caindo para 4, mas meteorologistas alertam que ele pode recrudescer no Mar da China Meridional, na direção do Vietnã, onde sua chegada era esperada para este domingo. Autoridades de 15 províncias vietnamitas estão em alerta máximo, recolhendo barcos e preparando-se para possíveis desmoronamentos de terras. Cerca de 300 mil pessoas já foram evacuadas para áreas mais seguras.
*Com informações da AFP e da DW