quarta-feira, 10 de abril de 2019

Nova identidade nacional chega no segundo semestre para todos os brasileiros



A expectativa é de que a emissão comece no segundo semestre de 2019.
À frente da gestão do programa ICN, está o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tem as atribuições de gerir o banco de dados com as informações biográficas e biométricas dos cidadãos, bem como de emitir a Identidade Digital e, em algumas situações, certificar outros órgãos para a expedição do documento.
Para obter mais informações sobre o programa  Identificação Civil Nacional – ICN e o DNI que é  o Documento Nacional de Identidade procuramos o Tribunal Superior Eleitoral  e conversamos com Juiz auxiliar da Presidência do TSE Ricardo Fioreze.
 Crypto ID: Dr. Ricardo Fioreze, quem no TSE está à frente do projeto ICN?
Ricardo Fioreze: É um trabalho integrado com várias áreas do TSE, como Presidência e Tecnologia da Informação.

Crypto ID: O ICN é o programa Identificação Civil Nacional – ICN e o DNI é o Documento Nacional de Identidade? É isso?
Ricardo Fioreze: O programa Identificação Civil Nacional (ICN), que está sob a responsabilidade do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tem as atribuições de gerir o banco de dados com as informações biográficas e biométricas dos cidadãos, bem como de emitir a Identidade Digital, que tem como nomenclatura oficial “Documento Nacional de Identidade (DNI)”, conforme a Lei n° 13.444/2017, que criou o ICN. Além da emissão do documento, o programa ICN também pretende permitir a verificação dos beneficiários do INSS já no segundo semestre de 2019. A ideia é que esse projeto ocorra concomitante à emissão da Identidade Digital.

Crypto ID: O DNI foi regulamentado em que data?
Ricardo Fioreze: Pela n° 13.444/2017, de 11/05/2017

Crypto ID: O projeto ficou parado até então?
Ricardo Fioreze: O programa sempre esteve na dependência da obtenção de recursos que permitissem ampliar a infraestrutura do TSE, para permitir a ampliação do banco de dados, a prestação de serviços de verificação e identificação biométrica e a emissão da identidade digital. Apesar disso, durante esse período de espera, o TSE promoveu um projeto piloto, em cooperação com o então Ministério do Planejamento, que permitiu a emissão de 15.000 DNIs e, ainda, regulamentou uma série de matérias, como o padrão do DNI (dados, leiaute, etc.) e o padrão dos dados biométricos que compõem a base de dados da ICN.

Crypto ID: Quais foram os novos fatores que fizeram o TSE dar andamento ao projeto nesse momento? Ou estão seguindo um cronograma já divulgado anteriormente?
Ricardo Fioreze: O novo fator consiste na sinalização, por parte do Ministério da Economia, de aportar recursos para a implementação do Programa em larga escala. Em razão disso, estão sendo finalizados os estudos para estimar o valor dos recursos e, com base neste, propor cronograma de execução do programa.

Crypto ID: Deve existir um Comitê Gestor do ICN. Quem compõe esse comitê e por quem foram nomeados?
Ricardo Fioreze: O Comitê Gestor da Identificação Civil Nacional (ICN) é constituído por integrantes dos Três Poderes. O Comitê atua na gestão do programa e em busca de soluções para viabilizar a execução do estabelecido em Lei.

Crypto ID: Quais são das deliberações do Comitê Gestor sobre a implantação no segundo semestre de 2019?
Ricardo Fioreze: A administração do TSE, a partir da sinalização de ingresso de recursos, está finalizando proposta de cronograma para o segundo semestre de 2019, incluindo a prestação de serviços de verificação e identificação biométricas e emissão do DNI, também conhecido como Identidade Digital.

Crypto ID: Outros órgãos que tratam da identificação dos brasileiros participaram do projeto?
Ricardo Fioreze: O TSE atuará em parcerias com outros órgãos que seguem o mesmo padrão de identificação biométrica utilizado pela Justiça Eleitoral, que abarca a coleta das digitais dos dez dedos da mão e a captura da face do cidadão. O objetivo é que possa existir o intercâmbio das informações desses órgãos com o TSE, que serão verificadas e disponibilizadas no programa ICN. É o caso dos institutos de identificação dos estados.

Crypto ID: Existe publicado em que local as atas e deliberações desse comitê. Procuramos no site do TSE, mas não encontramos.
Ricardo Fioreze: São disponibilizadas na internet as resoluções envolvendo as matérias analisadas pelo Comitê Gestor (em < http://www.tse.jus.br/legislacao/legislacao-compilada/leg_compilada>).
Crypto ID: A adesão ao DNI será voluntária. Quantos documentos o TSE estima emitir em 2019?
Ricardo Fioreze: A estimativa do número de documentos a serem emitidos deve ser finalizada nas próximas semanas.

Crypto ID: Quais são os perfis de usuários que o TSE estima serem os maiores usuários do documento?
Ricardo Fioreze: Todos os cidadãos que tenham interesse em ter um documento mais seguro e confiável e, inicialmente, que possuam smartphone ou tablet.
Crypto ID: O DNI foi inspirado em algum caso de sucesso aplicado em outro país? Qual?
Ricardo Fioreze: Vários países, como Índia e México, vem adotando a biometria como meio de identificação de seus cidadãos.

 Crypto ID: Qual é o investimento feito pelo TSE para essa implementação?
 Ricardo Fioreze: As estimativas de recursos necessários estão em fase final de levantamento. Contudo, cabe ressaltar que o TSE, responsável pelo programa, já dispõe de uma infraestrutura bastante eficiente que resultou no cadastramento biométrico e biográfico de cerca de 90 milhões de brasileiros até hoje.

Crypto ID: A emissão será gratuita para os titulares?
Ricardo Fioreze: Sim.

Crypto ID: Quais são os benefícios do uso do DNI para o cidadão Brasileiro?
Ricardo Fioreze: A segurança será a principal característica da Identidade Digital. O novo documento vai garantir que ninguém tente se passar por outra pessoa na hora da identificação em qualquer instituição pública ou privada. Isso só será possível porque o Documento Nacional de Identidade (DNI) utilizará dados biométricos que são únicos em cada indivíduo. A expedição da identidade oficial dos brasileiros obedecerá a padrões, procedimentos e elementos de segurança.

Crypto ID: Em que situações o DNI será utilizado?
Ricardo Fioreze: Em qualquer situação em que o cidadão necessite ser identificado, seja nas suas relações particulares ou públicas.

Crypto ID: O DNI poderá ser utilizado no meio eletrônico como identidade digital? Porque?
Ricardo Fioreze: Poderá. Num primeiro momento, o DNI será emitido somente em meio digital, para acesso por meio de tablets e smartphones. Para poder emitir a Identidade Digital, o cidadão terá de cumprir uma série de requisitos, tais como ter seus dados biométricos e biográficos cadastrados na base de dados do programa de Identificação Civil Nacional (ICN), que é gerido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No ato da emissão, será feita uma validação, para verificar se as informações prestadas constam da base da Justiça Eleitoral. Além do componente biométrico, a nova identidade contará com vários outros itens de segurança, com o objetivo de garantir a integridade e a autenticidade de seu conteúdo.
Em razão desses elementos que ampliam a segurança, optou-se, inicialmente, pela emissão do documento em meio eletrônico.

Crypto ID: O DNI eliminará o documento de identidade atual impresso?
Ricardo Fioreze: Não. Num primeiro momento, quem não dispuser de smartphone ou tablet poderá ter o número de inscrição na ICN incluído no documento de identidade físico.

Crypto ID: O Documento será apenas de identificação ou poderá ser utilizado para autenticação e assinatura eletrônica?
Ricardo Fioreze: Há a previsão de que em um segundo momento, a definir, o DNI também possa abrigar um certificado digital.

Crypto ID: Esse documento trará as garantias de confidencialidade, integridade, disponibilidade, autenticidade e não repúdio aos atos?
Ricardo Fioreze: Sim, esses requisitos estão previstos na Lei 13.444/2017.

Crypto ID: Será lançado simultaneamente em todo o Brasil?
Ricardo Fioreze: O cronograma de lançamento e os detalhes serão divulgados em breve.

Crypto ID: Por fim, como os interessados poderão se inscrever para a emissão do documento?
Ricardo Fioreze: Na medida em que a emissão avance, os interessados poderão baixar o aplicativo do documento, preencher um pré-cadastro por meio do aplicativo, comparecer a um balcão de atendimento para validar o cadastro, e, feita essa validação na base de dados da ICN, terão o documento disponibilizado no smartphone/tablet.

0 comentários:

Postar um comentário