A competividade do Brasil é afetada pela falta de
mão de obra especializada em tecnologia, num mundo em que todas as empresas
estarão incluídas nesse setor. Para enfrentar isso, será preciso investir em
muita educação, oferecer mais flexibilidade (como trabalhar de casa) e até
mudar a política de imigração.
A avaliação é de Carmen Bryant, diretora para as
Américas da Indeed, empresa multinacional de busca de vagas. Ela fez uma
palestra no sábado (9), durante o Fórum CEO Brasil, do Experience Club
(http://experienceclub.com.br/), na Praia do Forte, município de Mata de São João
(BA). Participaram do evento cerca de cem presidentes de empresas brasileiras e
multinacionais.
"A falta de talento é permanente no Brasil e é preciso investir em educação e mudar a política de imigração para atender à demanda crescente de empregos qualificados", afirmou.
Segundo ela, "profissionais talentosos podem ajudar o crescimento econômico do país."
Mudanças dramáticas no emprego no Brasil
Ela disse que o mundo do trabalho está passando por um grande momento de mudança, em razão do uso da internet e da proliferação de softwares em todas as atividades.
"Existem seis grandes tendências no mundo que vão mudar dramaticamente o emprego no Brasil", declara
Eis as seis tendências:
1.Toda companhia vai virar de tecnologia
Não só indústrias, mas até uma cafeteria vai ser
uma empresa de tecnologia. A falta de profissionais talentosos em tecnologia
vai retardar o crescimento econômico.
Ela diz que no Brasil é muito difícil encontrar engenheiros de software, por exemplo.
2.Softwares especializados exigem mais especializações
Todo mundo vai precisar ter algum conhecimento de tecnologia. Carmen Bryant mostrou um anúncio na plataforma Indeed que procurava um mâitre com conhecimentos de Oracle (ferramenta de bancos de dados).
3. O mercado vai ter espaço só para dois tipos de
profissional: o altamente especializado e os outros todos
Apesar de haver desemprego alto no Brasil, há vagas
que não conseguem ser preenchidas, por falta de gente formada em tecnologia.
4. Opções de trabalho flexíveis estão ficando mais
populares
As pessoas, quando buscam trabalho, procuram
primeiro pelo salário, depois pela localização, e, em terceiro, pela
flexibilidade, segundo Bryant. Isso significa, por exemplo, ter uma jornada com
horários livres e trabalhar de casa.
5. Os profissionais qualificados não se prendem a
um país
Quem tem boa formação procura trabalho em vários
países. Entre os brasileiros especializados, os destinos preferidos são EUA,
Portugal, França e Canadá.
Um em cada 50 brasileios procura trabalhos no
exterior, segundo ela. Se não houver uma política de atração, o país perde
talentos.
6. A busca por emprego nunca termina
Os jovens profissionais, e até de outras idades,
estão cada vez mais procurando empregos, mesmo quando conseguem um. Na base de
dados do Indee, 65% dos que conseguem um emprego voltam a buscar um outro
apenas três meses, em média, após serem contratados.