quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

FBI cita Del Nero, indicia 16 cartolas e manda seu recado. "Ninguém vai escapar"

Foto: reprodução
A Justiça Federal dos Estados Unidos anunciou nesta quinta o indiciamento de 16 dirigentes latino-americanos, todos com cargos importantes e ligados à Fifa, por crimes de suborno e propinas que usaram bancos americanos para a movimentação de dinheiro ilegal.
Loretta Lynch, procuradora geral dos Estados Unidos, apresentou uma acusação de 236 páginas, maior do que a primeira parte da operação divulgada em maio, quando 14 dirigentes foram indiciados. Réus e co-conspiradores são suspeitos de um esquema de corrupção de mais de US$ 200 milhões (quase R$ 800 milhões) em subornos e propinas.
"A mensagem desse indiciamento é deixar claro para todos os indivíduos culpados que ainda permanecem nas sombras, esperando escapar da nossa investigação: você não ficará de fora. Você não escapará do nosso foco., disse Loretta em Nova York. 
"O futebol está indo para o lado errado. Futebol significa união, cultura e valores fundamentais para este momento do planeta. Não há espaço para corrupção. Por isso, o Departamento de Justiça dos EUA não pode se ausentar. Agradeço a todos que estão nos ajudando", continuou a procuradora.
Robert Capers, promotor da Justiça americana, citou nominalmente Marco Polo Del Nero como membro do esquema de corrupção e também mandou um recado para os dirigentes investigados. "Se um dirigente envolvido ainda não indiciado e continua no seu cargo, sugerimos se afastar do cargo, porque chegaremos a todos", disse. 
Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero estão entre os acusados de envolvimento no esquema. Dois foram presos nesta quinta-feira: Juan Ángel Napout (presidente da Conmebol) e Alfredo Hawit (Concacaf).
Os outros 12 dirigentes denunciados são Reynaldo Vasquez (ex-presidente da Federação salvadorenha), Carlos Chávez (ex-presidente da Federação boliviana de futebol e tesoureiro da Conmebol), Eduardo Deluca (Federação Argentina), José Luis Meiszner (Federação Argentina e ex-Secretário-Geral da Conmebol),Luis Chiriboga (Federação Equatoriana), Ariel Alvarado (Presidente da Federação Panamenha), Romer Osuna (Presidente da Federação Boliviana), Héctor Trujillo (Secretário-geral da Federação Guatemalteca), Manuel Burga (ex-presidente da Federação Peruana), Rafael Callejas (Federação Hondurenha), Brayan Jiménez (Presidente da Federação Guatemalteca) e Rafael Salguero (Ex-presidente da federação guatemalteca de futebol e membro do Comitê executivo da Fifa).
Em 27 de maio, quando a operação foi lançada, a Justiça dos Estados Unidos pediu a prisão de 14 dirigentes, entre eles José Maria Marin, que hoje cumpre prisão domiciliar em Nova York. Destes, apenas um, José Margulies, argentino naturalizado brasileiro que trabalhou como intermediário da Conmebol na negociação de contratos de TV. O Brasil não extradita seus cidadãos a não ser por crimes de tráfico de drogas ou por crimes cometidos antes da naturalização. Margulies se naturalizou em 1973.
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"Em relação à extradição de pessoas de outros países, temos acordos com alguns, não com todos. No entanto isso não impede que possamos ter os indiciados em solo americano. Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para deter todos os envolvidos", disse Loretta Lynch.
Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira estão no Rio de Janeiro e, desde que a operação da Justiça se iniciou, não deixaram o Brasil em nenhuma oportunidade. Agora, oficialmente indiciados, só não serão presos se continuarem em território nacional. 
Ainda assim, Loretta se mantém otimista. "Não posso dar nomes individuais. Não estou autorizada. Posso dizer que a investigação continua com muitos focos, com a cooperação que o Brasil tem dado. Estamos extremamente gratos pela ajuda dos brasileiros

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