sábado, 17 de agosto de 2013

Pelo cano: bandidos usam galerias subterrâneas para fugir da polícia

Foto: Reprodução/ Correio
Quem passa sem aviso pela Avenida Simon Bolívar, no Jardim Armação, nem nota. Mas ali, perto da saída para a orla, atrás do campo de barro e acobertado pelo matagal, está o caminho usado por Roberval Bispo de Souza, o Piloto, para escapar da polícia após participar do assalto que resultou na morte da servidora da Ufba Selma Alves. 

Junto com o comparsa Raimundo Portela Filho, Piloto já está preso. No entanto, logo depois do crime, despistou os policiais juntando-se aos ratos na vala que, sob o asfalto, cruza toda a orla e desemboca na praia do Jardim de Alah, ao lado do Aeroclube.  

A manobra usada por Piloto é comum. Sem forçar a memória, policiais indicam outras galerias subterrâneas de Salvador usadas por bandidos em fuga. Os pontos mais lembrados estão no Rio Vermelho, Amaralina e Pituba, todos com saída na praia, para onde deveria escoar apenas água da chuva.

Acaso 

Enquanto algumas rotas são conhecidas, para o tenente da Polícia Militar Marcelo Tonete, da Operação Gêmeos, cujos colegas perseguiram Piloto até a água da vala bater nos joelhos, o bandido entrou ali por acaso. 

“Eu mesmo não conhecia essa rota. De carro não dá pra ver. Eles bateram o carro na fuga e saíram correndo. Acredito que ele (Piloto) entrou no mato pra se esconder, viu a vala e aproveitou”, disse Tonete. 

Esta é a mesma opinião do major Jarbas, comandante da 39ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), responsável pela área de Armação. “Naquela região do canal, não há grande incidência criminal. Por isso, não temos registro desta rota de fuga”. 

Um homem que trabalha perto da galeria tem outra visão. “Direto os marginais passam por aí. Se roubarem aqui na rua, já correm aí pelo esgoto”, afirma ele, pedindo sigilo de identidade.     

Amaralina Tal divergência não ocorre quando se trata da galeria que liga o Nordeste de Amaralina à praia, com saída na altura do Posto Shell da Avenida Amaralina. 

“Fazemos o monitoramento dessa rota. Ficou conhecida na ocupação policial (do Nordeste)”, diz o comandante da 40ª CIPM, major Marcelo Barbosa. “Eles (os ladrões) ficam no passeio ou na areia. Se alguém der bobeira, o cara rouba e já entra ali. É normal”, conta um vendedor informal da região.   As informações são do Correio.

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